A ARTE EM ÊXTASE NO BARROCO




Inúmeros artistas se valeram dessa sensibilidade para criar as obras mais lindas repletas de emoção e subjetividade. Lembremo-nos de Aleijadinho no Brasil. Lembremo-nos na imagem acima e abaixo de Bernini na Itália e suas obras que nos fazem ansiar.

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Ares Ludovisi

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Hermafrodito. Cópia romana (c.200 d.C.) de original grego, desde 1807 no Louvre. O leito foi adicionado por Bernini em 1619

Seja através dos retóricos sermões de Antonio Vieira ou da genial irreverência de Gregório de Matos; seja através da iluminação flamenguista de Rubens ou da emotividade de Caravaggio, seja através de um contentamento descontente, ou até mesmo de dor que desatina sem doer, o período barroco floresceu na Europa no século XVII em contradição aos ideais renascentistas ausentes de emotividade e paixão. Fosse a renascença um soneto, o barroco seria a prosa, a transformação de Apollo em ideais dionisíacos. O barroco é arte da paixão, do desejo, e do sentimento espontâneo. É o choro, a alegria, a raiva, o furor; todos estes em seu grau mais expressivo.
Diminua a intensidade das luzes do seu quarto, desarrume a cama, deite sobre ela e roce suas mãos sobre as dobras do lençol. Note o jogo de luz e sombras, note também as formas indefinidas que o lençol proporciona , deixe-se levar pela trajetória do olhar e mergulhe no labirinto de penumbras.
Eis um ambiente barroco em todo o seu esplendor.


Eis que a música se apoderou desse movimento e a partir dessa libertinagem de emoções temos o privilégio de degustarmos da imortalidade de Bach e Haedel.
Bach inicialmente se dedicou ao cravo produzindo corais, concertos, fugas, fantasias e trinta cantatas. È considerado talvez o compositor mais famoso do período barroco. Entre suas obras destacamos a atenção para os concertos de Branderburgo, A paixão de São Matheus, missas e os prelúdios e as fugas que são considerados obras primas. Enquanto os concertos de Branderburgo são de uma variedade inacreditável:suaves, sensíveis, melancólicos, dramáticos, vivos e alegres, nas fugas se conserva uma postura que vai do religioso ao heróico, do triste ao majestoso.
No vídeo abaixo podemos nos deliciar com um excerto do prelúdio do concerto: Matthäuspassion BWV 244 a paixão segundo o evangelho de São Matheus)
Nesta obra, Bach conta musicalmente a trajetória de Cristo desde seu nascimento até sua ressurreição.


Como para Bach a fuga é a expressão mais perfeita de seu legado, para Haendel o oratório é o que o levou à imortalidade. Durante sua produção, realizou 40 operas, 32 oratórios, seis concertos para oboé e orquestra, composições para cravo, 37 sonatas para violino, flauta, oboé e baixo.
De 1705 a 1741 foi atraído pelo teatro, mas depois retomou a composição dos oratórios bíblicos. O mais famoso deles é “O messias” de 1741.



Seja através música, das artes plásticas ou da literatura, o barroco é um movimento artístico que sempre nos impressiona em razão de sua emotividade, grandiosidade e ambição. Muito mais do que uma simples classificação na história da arte, O barroco, segundo Eugenio D’ors é um movimento artístico que existiu desde os primórdios. A partir do momento em que entendemos o barroco como um estilo em que a emoção se sobrepõem à razão, podemos apontar na história momentos em que a humanidade se valeu dessa concepção e demonstrou em sua arte características de alto teor expressivo. Vejamos o exemplo da arte grega clássica que fundida com a persa se resultou no período helenístico, uma arte de emoções. O período barroco da antiguidade.

Seja em razão de “…um fogo que arde e não se vê”, “… ferida que dói e não se sente”, “…querer estar preso por vontade”, o barroco será sempre o preferido dos verdadeiros artistas.

Fonte:http://izambard.wordpress.com/2010/03/21/artigo-a-arte-em-extase-silas-massini/

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